domingo, 22 de maio de 2011

A tal Marcha da Maconha... Hunpf!


Houve comentários contrários ao texto do Reinaldo Azevedo publicado pela Revista Veja (http://bit.ly/jqDsCH), onde o mesmo apoiava a posição adotada pela PM do Estado de São Paulo. Uma determinada Banda do Rio de Janeiro twitou, dizendo que “vomitava” para o texto... Ok! Opinião deles, que eu simplesmente mandei

@letuceletuce não sei pq "vomitar" contra a reportagem da VEJA. Acharam tão nojenta assim?? sério? Acho muito pior a marcha...

Poutz!! Para que??

Virou campo minado a timeline e os fãs da dupla me chamaram de alienada, de tediosa, que busquei 15 minutos de fama (oi? Fama por causa da Letuce?? Que eu nem sigo? Só vi o tal tweet pq foi retuitado pela @alicedisse...), que não vivo livre e obedeço padrões, que disse calúnia sobre uma resposta sobre o crowdfunding da dupla (viu, só a título de informação, calúnia é imputar falsamente crime a alguém!! Mas só para explanar mesmo, longe de mim dizer que vocês não sabem sobre o que escrevem...), que devo entornar em bebidas todas as noites (oi? Qual o paralelo deste “argumento” com a Marcha da Maconha e o texto do Reinaldo Azevedo? Adoro pessoas inteligentes com argumentos tão enfáticos...) e outras do mesmo estilo, mas todos “sem brilho” (como disseram que sou!).

Até aí tudo bem, porque acho que todos podem achar e emitir a própria opinião, desde que fundamente!! Acho o cúmulo da hipocrisia esse modismo de usar um tema que está na mídia e se dizer totalmente contra o sistema alienante do governo, blá, blá, blá, ditadura, blá, blá, blá, porque eu sou artista, blá blá, blá...

Fundamentei aos fofos o seguinte, via twitter, que foi o canal do “papinho”:

“só ñ entendi uma coisa: pq os babacas q estão horrorizados com o texto do Reinaldo Azevedo na @veja e defendem a liberdade d expressão da tal marcha não respeitam a minha opinião de achar que o movimento foi apologia ao crime e realmente merece ser repreendida? Não se trata de ditatorialismo, seus tontos! Se trata de ordem! E sim, sou pés no chão e prefiro uma sociedade organizada que zela por regras CONSTITUCIONAIS e não a queda da Constituição via Ditadura! Agora, se vcs acham bonitinho levantar uma bandeira que está na mídia e vcs sim ganharem 15 minutos de fama (fama? Q fama, isso aqui é twitter!!!) divirtam-se!
E melhor, que bom que dei assunto para vcs conversarem com seus ídolos transgressos que apóiam o financiamento de violência! Mas o que mais me divirto é que esse tipo de coisa que dá inspiração para os textos do blog! Obrigadaaaaa :p

Coincidentemente depois dessa resposta ninguém mais twittou nada para se justificar ou defender a tal marcha ou "ideologia"...

Agora, uma perguntinha muito simples: porque os organizadores e participantes (mesmo que a participação seja moral!) não defendem uma marcha contra a corrupção, contra a banalização dos programas governamentais com características assistencialistas, contra o mau uso de projetos como a Lei Rouanet, contra a violência urbana, contra o desmatamento, contra o uso indiscriminado de dinheiro público em atos que não preenchem os princípios constitucionais administrativos (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) ou tantas outras bandeiras efetivamente importantes e que representam um bem à sociedade organizada?

Porque aí é muito simples...

Vocês se preocupam com marcha para liberação do uso da maconha (que é entorpecente e o uso é legalmente proibido, logo, fazem apologia ao crime - Art. 287 CP - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime. Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa), mas não vejo manifestação por interesses que integrem a verdadeira sociedade organizada.

Sim, sou tediosa, lhes causo bocejos! Sabe porque? Porque cansa pensar... Cansa analisar o mundo como ele realmente é.

Felizmente nunca precisei usar nenhum tipo de entorpecente, nem mesmo por curiosidade, para fugir para um mundinho mais rosa, mais lindo, mais fofo, mais musical...

Aprendi com a realidade, boa educação familiar e pés no chão que a vida que tenho é aquela pela qual eu devo lutar, sem entrar em embates sem fundamentos ou argumentos!

Ótimo domingo a todos! Ahh! E obrigada pelo tema do texto para o blog, vocês são uns fofos... (sim, sarcasmo é uma das minhas marcas, mas felizmente tenho argumentos razoáveis para usá-lo!)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

PUBLICIDADE

"Se o homem tende a procurar apoio em pessoas iguais a si mesmo,
uma peça publicitária em cujo discurso se encontrar uma visão de mundo
 similar àquela manifestada pelo consumidor será agradável aos seus olhos e ao seu coração."
Celso Figueiredo



Sempre fui muito crítica a comportamentos de terceiros que eu entendia como desrespeitoso à inteligência e justamente por tal fato sempre critiquei muito eventuais publicidades que eu considerasse desrespeitosa ou irreal...

Uma amiga publicitária certa vez comentou que se eu não entendi ou não gostava de alguma publicidade, é porque não sou o público alvo da mesma. Discordo!! Acredito que qualquer publicidade deve ter seu público alvo sem desrespeitar qualquer público.

Por exemplo, a malfadada publicidade do Activia em que a Patricia Travassos pergunta a pessoas aleatórias em um supermercado (ou em uma praia) como está o funcionamento intestinal destas pessoas? Oi? Quem fala sobre funcionamento intestinal com uma pessoa desconhecida?

É provável que um grande número de pessoas se lembre desta publicidade, mas qual destas pessoas efetivamente acreditam que a mesma retrate a realidade? Aqueles que conversei enquanto pensava em escrever este texto lembram da publicidade, mas como sátira ao comportamento usual...

Há também as publicidades massivas e repetitivas em que um personagem da publicidade passa a ser referência da mesma (assim como o foi por anos Carlos Moreno nas publicidades da Bombril...), porém, alguns destes personagens se tornam um problema... Em Curitiba há uma certa concessionária de veículos que usa inserções junto a uma rádio de grande audiência junto ao público jovem para divulgar suas promoções! Eu simplesmente desligo o rádio ou mudo de estação quando ouço “É hoje, somente hoje na...” com uma voz estridente e gritando!!

Eu não sou surda, não precisa gritar... E pior, acho o cúmulo quando no final do mês ela ainda fala “para bater meta do mês”. Ou seja, não se esforçaram durante o mês todo e agora ela fica gritando com intuito de me convencer a comprar algo?

Posso até comprar carro daquela marca, mas tenho aversão à concessionária, pois se ela não tem preocupação em me respeitar como cliente potencial, como será na prestação do serviço?

O que percebo, enquanto consumidora, é que muitas vezes as publicidades veiculadas esquecem de premissas básicas de respeito ao consumidor, tal qual vender apenas algo que possa cumprir, seja no prazo da entrega, seja na qualidade, ou ainda, de informar claramente o que está vendendo!

O Código de Defesa do Consumidor é categórico ao determinar em seu art. 6º, inciso IV, “a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais”, mas quantos consumidores percebem realmente o engodo diário no comercial da novela?
       
Publicidade é saudável e muitas vezes nos traz interesse em produtos e até curiosidade sobre o funcionamento de algo, mas espero que toda marca esteja atrelada a uma publicidade honesta, que reflita o respeito ao consumidor. Afinal, será que é preciso enganar para vender?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

CAPITAL DA CULTURA


Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes,
a arte de viver.
Bertold Brecht


Chamam Curitiba de “Capital da Cultura”, sei... É capital do Paraná, Ok! Mas da Cultura?? Hummm. Vejamos abaixo os fatos mais recentes que contradizem tal denominação.

Sem dúvida que Curitiba é uma cidade que possui certo apelo cultural, mas não por iniciativa governamental, mas sim por ser capital do Paraná e ter uma população de quase 2.000.000 habitantes, com renda mensal per capita de R$ 1.546 (3ª melhor do país)¹ e índice de analfabetismo próximo a 0%. Ou seja, há dinheiro para se gastar com cultura e população para “consumir” cultura!

Entretanto, a Prefeitura de Curitiba adotou postura no mínimo bur(R)ocrática para o uso de espaços públicos de forma gratuita (ou não), bem como de estabelecimentos privados...

Há cerca de 3 anos a sociedade civil organizada vem pleiteando a reabertura da Pedreira Paulo Leminski, ainda mais se considerarmos que em razão de tal fechamento do espaço, Curitiba deixou de ser rota dos principais shows internacionais que passam pelo país! O fechamento se deu por reclamação de vizinhos em relação aos raros shows e manifestações culturais no local... Claro que esta ínfima parcelada de vizinhos não representa nem mesmo 5% da população Curitiba, mas pelo demonstrado o poderia político dos mesmos é muito maior que o interesse da coletividade!

Por umas semanas tinha sido vedado também o som livre e gratuito da Praça da Espanha! Dizia-se que era em decorrência do tal Reveillon fora de época, que não fora organizado com segurança!! Mas este “evento”, até onde sei, foi organizado por pessoas aleatórias, com convite em massa via facebook!

Achou que já era suficiente, calma, fica pior!!!

No Parque Bacacheri havia um grupo que se reunia para jogar rugby! Foram proibidos! Por favor, é esporte gente!

Mas o ápice foi o fechamento do Beto Batata do Alto da XV, neste final de semana... Confesso que não sou freqüentadora assídua do local, mas já fui algumas vezes, principalmente na companhia de uma amiga londrinense que simplesmente adora o local e a gastronomia (batata suíça é o prato preferido dela!).

Foi armado um verdadeiro circo, com a presença de 15 viaturas (sim, 15, não digitei errado!) com sirenes e sendo exigido que os clientes que ali se encontravam fossem embora... No momento estavam responsáveis pela música 2 instrumentos musicais: piano e oboé! Eu sinceramente não acho que piano e oboé atentem contra a moral, bons costumes ou possam ser considerado som alto!!

Agora, a palhaçada que é todo feriado no Centro Cívico não tem problema né!

Show do Roberto Carlos, sertanejos me geral, pagode, missa campal e afins não incomoda em absoluto a população! Esse deve ser o pensamento do Poder Público... Trio elétrico católico pelo Alto Boqueirão (Igreja do Carmo) no começo da manhã do domingo de Páscoa não tem problema? Igreja que fica gritando durante o culto sobre demônios, exorcizando pessoas e xingando quem passa nas imediações não tem problema? Calçadão da XV que é terra sem lei entre quem grita mais também não tem problema.

Problema é a “Capital da Cultura” proporcionar cultura aos seus moradores sem que isto seja imbuído de algum ganho de marketing político! Mas aí alguns dirão: tem o Festival de Curitiba!

Sim, tem o festival! Vocês viram o custo das peças de teatro e afins? Não digo que não seja merecido a classe artística cobrar quanto acham que merecem, mas imagine se eu, que não sou estudante, idosa ou professora da rede pública, e por tal fato não pago meia entrada, resolvesse assistir 3 peças de teatro... gasto médio de R$ 150,00 apenas com os ingressos! E também iria ao Risorama, mais R$ 40,00! Nestes valores colocamos também os valores com estacionamento...

Ou seja, não é barato ser tão cultural! Mas na Praça da Espanha não pago absolutamente nada, admiro a natureza, a simplicidade do bem estar das pessoas, confraternizo com amigos e tenho cultura gratuita! No parque Bacacheri vejo a prática de um esporte pouco difundido e aprendo sobre novas culturas, no Beto Batata janto em local agradável, sendo bem atendida e saio da vibe sertaneja que atacou outros estabelecimentos...

Neste mesmo segmento o Walmor Góes (músico da mais alta qualidade e curitibano) colocou um post em seu perfil no facebook, tendo recebido em pouco tempo 87 comentários sobre o post... Claro que todos eram contrários a tais absurdos!

O Robert Amorim (proprietário do Beto Batata) e alguns amigos fizeram um protesto de luto pela arbitrariedade cometida contra o especo cultural (sim, eu e muitas pessoas consideramos ali como espaço cultural e não simplesmente restaurante). O Zé Rodrigo (voz absoluta da Soulution Orchestra) também twittou contra essas atitudes do Poder Público, assim como outras centenas de pessoas!

Assim, eu pergunto: quem está errado, todos os que acham ridícula esta posição de deter a evolução da cultura ou o Poder Público?


Para saber mais:


Notas:¹ dados estatísticos obtidos no site da Prefeitura Municipal de Curitiba (http://www.bemparana.com.br/index.php?n=49803&t=curitiba-tem-a-terceira-melhor-renda-per-capita-do-pais) e site Bem Paraná (http://www.bemparana.com.br/index.php?n=49803&t=curitiba-tem-a-terceira-melhor-renda-per-capita-do-pais)

domingo, 1 de maio de 2011

PLÁGIO!




Recentemente a @bicmuller, que é uma das responsáveis por um excelente blog e twitter que trata de cantadas de pedreiro (já sabe qual né!!) comentou sobre plágio, em seu twitter pessoal!

Um desocupado copiou o exato termo utilizado – PEDREIRO ONLINE – e ciente do sucesso que é referido personagem, também usurpou o layout do blog das meninas - sim, são meninas lindas que escrevem o Pedreiro J...

Há duas semanas também comentávamos sobre a questão de plágio em relação a um texto do Fabio Gueré e uma propaganda da GM, sendo que a agência de marketing responsável pela propaganda alegou que houve a mesma inspiração. Sim, inspiração no texto de humor dele né! Ademais, não se trata de coisas de senso comum ou coisas facilmente associadas entre si como arroz e feijão, sol e praia, eu e sarcasmo... Foi uma sacada original (e depois copiada!)
@elainepedroso Elaine Pedroso

Mas meu maior problema (e ódio mortal) é o plágio acadêmico...
Sou professora universitária há 8 anos e já tive muitos problemas de trabalhos acadêmicos plagiados! Mas sempre mantive a mesma conduta, zero o trabalho e informo claramente que não serei conivente com tal ilícito! Sim, ilícito! E dependendo da situação, vários ilícitos penais diferentes.

Veja, um professor pede que você faça um trabalho acadêmico que será parte da sua nota bimestral, você vai para a internet, copia e cola qualquer coisa, formata e entrega ao professor.

Você aferiu uma vantagem (nota parcial do bimestre), de forma ilícita (não fez o trabalho, eis que copiou de outra pessoa), induzindo o professor em erro (a princípio ele acredita que você fez o trabalho) = ESTELIONATO (art. 171 do Código Penal)!

Ainda, temos de consideração a questão de que o plagiador está se apropriando de obra intelectual de outra pessoa, sem autorização. Conduta esta tipificada no art. 184 do Código Penal:

Art. 184 - Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
§ 1º - Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

 

No semestre passado passei por situação de plágio acadêmica ridícula, para dizer o mínimo! Uma aluna teve a capacidade de fazer um Trabalho de Conclusão de Curso – TCC em Bacharelado em Direito de um assunto de baixa relevância jurídica (na minha concepção não foi um trabalho jurídico!), sem embasamento teórico ou estatístico e pior, plagiou mais de 50% do trabalho...

Como docente da banca avaliadora minha nota foi pela reprovação de referida aluna, sendo acompanhada pelos demais componentes da banca (inclusive o orientador!!!), a aluna recorreu da decisão da banca (direito dela!) e foi aprovada...

Oi??

Trabalho plagiado aprovado? Sim, ela não fez outro...

Não sou conivente com esta conduta e por mais que digam que a conduta dela somente demonstra que não é pessoa idônea e que nunca será aprovada pela OAB é o menor dos problemas...

Ela foi minha aluna e eu sinceramente tenho vergonha em dizer que uma ex aluna que tem tamanha falta de caráter dentro do meio acadêmico será o tipo de profissional que repudio cada vez que tenho que contestar uma petição lixo feita através de pesquisa no Google: “divórcio + modelo”

Eu fiz o que considero correto: reprovei, demonstrei claramente que não coaduno com tal conduta, e pedi (através de meio cabível) que a OAB seja oficiada acerca da fraude, eis que este órgão de classe é responsável pela fiscalização dos cursos de Direito...

Não copie nada dos outros! Use sua própria criatividade ou tenha caráter suficiente para reconhecer que você é incompetente em alguma coisa!



Para saber mais sobre plágio:




"A única profissão para a qual não se precisa de nenhum tipo de formação é a de idiota.
Para as demais é preciso estudar." (Joseph Pulitzer)