quarta-feira, 18 de maio de 2011

PUBLICIDADE

"Se o homem tende a procurar apoio em pessoas iguais a si mesmo,
uma peça publicitária em cujo discurso se encontrar uma visão de mundo
 similar àquela manifestada pelo consumidor será agradável aos seus olhos e ao seu coração."
Celso Figueiredo



Sempre fui muito crítica a comportamentos de terceiros que eu entendia como desrespeitoso à inteligência e justamente por tal fato sempre critiquei muito eventuais publicidades que eu considerasse desrespeitosa ou irreal...

Uma amiga publicitária certa vez comentou que se eu não entendi ou não gostava de alguma publicidade, é porque não sou o público alvo da mesma. Discordo!! Acredito que qualquer publicidade deve ter seu público alvo sem desrespeitar qualquer público.

Por exemplo, a malfadada publicidade do Activia em que a Patricia Travassos pergunta a pessoas aleatórias em um supermercado (ou em uma praia) como está o funcionamento intestinal destas pessoas? Oi? Quem fala sobre funcionamento intestinal com uma pessoa desconhecida?

É provável que um grande número de pessoas se lembre desta publicidade, mas qual destas pessoas efetivamente acreditam que a mesma retrate a realidade? Aqueles que conversei enquanto pensava em escrever este texto lembram da publicidade, mas como sátira ao comportamento usual...

Há também as publicidades massivas e repetitivas em que um personagem da publicidade passa a ser referência da mesma (assim como o foi por anos Carlos Moreno nas publicidades da Bombril...), porém, alguns destes personagens se tornam um problema... Em Curitiba há uma certa concessionária de veículos que usa inserções junto a uma rádio de grande audiência junto ao público jovem para divulgar suas promoções! Eu simplesmente desligo o rádio ou mudo de estação quando ouço “É hoje, somente hoje na...” com uma voz estridente e gritando!!

Eu não sou surda, não precisa gritar... E pior, acho o cúmulo quando no final do mês ela ainda fala “para bater meta do mês”. Ou seja, não se esforçaram durante o mês todo e agora ela fica gritando com intuito de me convencer a comprar algo?

Posso até comprar carro daquela marca, mas tenho aversão à concessionária, pois se ela não tem preocupação em me respeitar como cliente potencial, como será na prestação do serviço?

O que percebo, enquanto consumidora, é que muitas vezes as publicidades veiculadas esquecem de premissas básicas de respeito ao consumidor, tal qual vender apenas algo que possa cumprir, seja no prazo da entrega, seja na qualidade, ou ainda, de informar claramente o que está vendendo!

O Código de Defesa do Consumidor é categórico ao determinar em seu art. 6º, inciso IV, “a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais”, mas quantos consumidores percebem realmente o engodo diário no comercial da novela?
       
Publicidade é saudável e muitas vezes nos traz interesse em produtos e até curiosidade sobre o funcionamento de algo, mas espero que toda marca esteja atrelada a uma publicidade honesta, que reflita o respeito ao consumidor. Afinal, será que é preciso enganar para vender?

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