segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ainda a USP




Nova reunião tenta acabar com ocupação na USP: migre.me/65CgT 
(via @metropole_oesp) (07/11/2011 às 14:30hs!)


A Reitoria da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP está ocupada desde o dia 28/10, quando estudantes decidiram manifestar contra convênio que garante à Polícia Militar de São Paulo livre acesso ao campus...

Blá blá blá! Todo mundo já sabe disso e por qual motivo isso vem ocorrendo há mais de 2 semanas... Porém, não entendi ainda como que os demais estudantes da USP deixaram isso ocorrer!

Não digo a Reitoria porque já deu para perceber que falta pulso firme para ajuziar a ação cabível e garantir a reintegração de posse... Não digo os pais destes delinqüentes porque estes devem ter perdido o controle sobre estes marginais institucionalizados como estudantes há muito mais tempo! Questiono os alunos da USP!

Disseram que a invasão da Reitoria se deu em razão de assembléia em que 500 alunos votaram e decidiram pela invasão! 500 alunos?? O que significa a decisão de 500 alunos dentro da magnitude que é o volume de estudantes da maior universidade estadual do Estado de São Paulo?

A USP tem mais de 57.000 alunos somente na graduação...  A tal assembléia decidiu algo que denigre o bom nome da instituição e de seus alunos com menos de 1% dos votos?? Vocês tem certeza que são estudantes da USP e passaram pelo vestibular da FUVEST?

Sou a favor de os outros alunos da USP iniciarem uma passeata e cada um dos delinqüentes se entrega a um grupo de 10 alunos não – delinqüente! O que o grupo fará com o marginal é facultativo, mas quem sabe carpir um lote, lavar roupa/louça, bordar toalhinhas de ponto cruz para os enxovais de estudantes grávidas, serviço voluntário de varrição de rua ou até mesmo jardinagem do campus... Que tal??
Mas o mais engraçado foi ontem, em uma filmagem da Rede Record uma aluna dizia que os participantes da invasão não poderiam ser filmados porque sofreriam represálias!

Filha, se você não quer publicidade dos seus atos deveria ficar em casa, anônima! Sou a favor de uma listagem com nome e CPF de cada um destes delinqüentes

Está bem, sou advogada e sei que isso não é possível, mas que seria muito legal seria!!
Já pensou em entrevista de emprego: humm! Achei aqui no Google uma lista que consta seu nome como uma das delinqüentes invasoras da Reitoria da USP. Fale mais sobre isso?
- Você é partidária ao uso de entorpecentes? Você acredita que o policiamento do campus universitário atentou contra a sua liberdade de ir e vir? Você acredita em amor após o primeiro estupro?

Ahhh! Povo desocupado com falsa ideologia matando aula porque são vagabundos! Tomara que vocês nunca consigam um emprego decente na vida... #Prontofalei

E mais, se são tão bravões como se fazem parecer, prestem vestibular de novo e encarem o trote da ESALQ, aí quero ver se essa frescurinha continua...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Santa Felicidade tem frango, polenta e muito mais...


Santa Felicidade na minha vida
Todos os dias da minha vida
Ter você
Traga sua alegria
Mude minha vida

A sua leveza é bem-vinda
Santa Felicidade - Nenhum de Nós  

Sou a favor da liberdade de expressão, mas as pessoas tem que ter  bom senso ao expressar essa liberdade!

Ontem um curitibano ligado ao setor cultural da cidade fez um comentário (via facebook) sobre um sonho... Dizia que sonhou que um meteoro cairia sobre a Terra e atingiria especificamente Sta. Felicidade (bairro curitibano de colonização italiana), acabando assim com a “polenta frita, frango frito, macarrão ao sugo (aguado) e vinho de colonia... (...) As vezes meus sonhos revelam minhas piores fobias, detesto restaurantes ruins”!

Houveram vários comentários, sendo que a maioria defendiam o bairro e sua comida! Acho que a defesa deve ir um pouco mais além e foi neste viés que comentei ao moço da cultura:

felizmente já informaram que o asteróide não colidirá com a Terra, muito menos em Sta. Felicidade...
Bairro este que escolhi morar qdo me mudei de Londrina para cá e me apaixonei instantaneamente!

O que me encantou foi a rua de paralelepípedo no centro do bairro (Manoel, assim como vc...), a história de como tudo foi colonizado, a tradição de colônia, a gama comercial que me permite ir ao banco, armarinho, supermercado e farmácia em menos de 5 minutos.
O jeitinho simpático dos que aqui moram, pois são contrários ao que dizem que curitibanos são fechados e os restaurantes...
Ahhh! aquele cheirinho de tempero que cerca o bairro!
Claro, tem quem não goste, mas isso é super simples de resolver, basta escolher outro bairro para almoçar!

Pode ter sido piada (de mau gosto)? Pode...
Mas não acho salutar que alguém envolvido com cultura faça esse tipo de comentário, afinal, será que não há conhecimento acerca do patrimônio material e imaterial envolvido no tal macarrão "aguado" e vinho de colônia?

Fica a dica, ao invés de deturparmos entendimentos que possam soar mesquinhos, que tal analisarmos o que cada bairro curitibano tem de melhor a oferecer? :)

Há pouco contei ao meu irmão e cunhada o que ocorrera e como era possível entender tamanha infelicidade de comentário e o meu irmão comentou: “o primeiro restaurante da Manoel Ribas é o Peixe Frito”, logo, nada de macarrão, polenta ou frango...

E lembrei, um dos últimos é a Petiscaria do Victor que também não é de orientação italiana!!

Ou seja, o moço da cultura sequer conhece realmente o que ele está falando! Mas já que ele pouco conhece e eu amo morar aqui, vou dar algumas dicas...

Santa Felicidade é um bairro de colonização predominantemente italiana e recebe este nome em razão de uma doação de terras realizado pela Dona Felicidade Borges aos imigrantes. A primeira igreja do bairro foi construída em 1891 e a primeira escola em 1899. Na virada do século 19 tivemos construções como a Casa Culpi, a Casa dos Arcos, a Casa dos Gerânios e a Casa das Pinturas.

A Casa Culpi o mocinho da cultura deve ter ouvido falar, pois se trata de patrimônio histórico que hoje abriga o Memorial da Imigração Italiana em Curitiba e serve de museu e espaço cultural. A casa dos Arcos é restaurante e mantém a construção original (dica, a tábua de picanha com legumes é divina! Aproveite, já que há quem não goste de macarronada e frango!). Os demais citados também mantém suas construções originais (assim como outros pontos do bairro), ou seja, tem-se mais de 100 anos de construções devidamente conservadas. Isso se chama patrimônio histórico, que também é uma vertente cultural...

Se duvidar pode perguntar ao IPHAN, que sabe muito mais que eu sobre isso!!

Mas Sta. Felicidade também é patrimônio imaterial... Quem anda pelo bairro às vezes escuta um sotaque diferente! O pessoal da colônia! São tão divertidos... (Se almoçar no Piemonte ouvirá este sotaque e verá fotos divinas da época da colonização! Mas fique tranquilo, o almoço é em sistema de buffet self service e lá tem o melhor cupim assado que já comi na vida! mas também tem macarronada, risoto, frango e polente, se quiser...)

Eles (pessoal da colônia) contam como era antigamente, mantém costumes como o vinho de colônia (eu amo!! É daquele docinho que você bebe e nem sente...), o queijo nozinho e as tradições familiares. E aquele biscoito orelha de gato?? Não há nada melhor! Sabe aquele almoço de família, aos domingos, com um monte de gente? Então, isso é tradição...

Não venha me dizer que isso é irrelevante! Se quem é ligado ao setor cultural pensa assim, por favor, releia as determinações do IPHAN dos últimos 10 anos e veja que tipos de reconhecimentos de patrimônio imaterial tiveram registro (Paneleiras de Goiabeiras, Capoeira, ofício das baianas de acarajé em Salvador, Bumba Meu – Boi no Maranhão, Modo de Fazer Queijo de Minas, etc.).

Então Sta. Felicidade é comida e gente de origem italiana?

Não, Sta. Felicidade é um bairro que congrega um excelente e vivo setor comercial (tendo inclusive Associação Comercial e Industrial própria), 3 times de futebol amadores (Trieste, Iguaçu e Flamengo), mobilidade sem a loucura do trânsito, o Brechó da Lu (que recentemente me ajudou a achar um vestido liiiindo, anos 60 para uma festinha!!), a quitanda que tem todas as verduras e legumes fresquinhos e uma população de aproximadamente 25.000 habitantes!

Se apesar de tudo isso você ainda achar que aqui não serve para nada entenda que quem não serve para Sta. Felicidade é você!



DADOS:
PATRIMÔNIO IMATERIAL – IPHAN
http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.do?id=10852&retorno=paginaIphan

PATRIMONIO IMATERIAL PARANAENSE:
Manifestações Religiosas: CAVALHADAS em Guarapuava
Danças, Músicas: FANDANGO no Litoral Paranaense
Lendas: TAROBÁ (Cataratas do Iguaçu), CAÁ-YARI (Erva Mate)
Culinária e Iguarias: BARREADO e CACHAÇA MORRETIANA no Litoral Paranaense

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Bacharel em Direito ≠ Advogado




Escrevendo sobre a questão de ler ou não ler e como isso pode melhorar a capacidade intelectual me lembrei das discussões sobre o Exame da OAB!

Já foram tantas indisposições no twitter por causa disso que já nem sei mais como explicar para as pessoas que discordam sobre o Exame, apenas peço que não discutam mais isso comigo!!

Mas ontem foi mais uma vez a lamúria de um desocupado que encheu minha timeline para falar mal do Exame da OAB. Chamou de máfia da OAB, estelionatários e que nós (advogados) temos medo deles (bacharéis) entrarem no mercado e que assim nós deixaremos de enganar idosos e trabalhadores (oi?? Que tipo de argumento é este fofo?)

Argumentei que se ele não conseguia passar no Exame da OAB não era culpa da OAB propriamente dita, mas dele, que ao contrário de estudar ficava mandando recadinhos sobre um assunto que não me interessa e que já havia, em inúmeras oportunidades, manifestado meu total apoio ao Exame de proficiência da OAB.

Mas o detalhe que realmente me chamou a atenção foi a forma como ele postou o recado (além da falta de educação em suar caps lock!), ele dá como certa a decisão do STF para abolir o exame da OAB.

Há possibilidade de a decisão se dar na quarta feira próxima, porém ele alega que já é certa a decisão de inconstitucionalidade do Exame:

SE ele realmente fosse um bom aluno e merecesse ter a mesma carteirinha rosa que eu tenho, saberia que se houver decisão favorável ao pleito de fim de exame a mesma
ainda é passível de recurso, mesmo que embargos de declaração (coisinha mais simples!)

SE fosse um pouquinho mais esperto avaliaria o impacto político –social de uma decisão deste porte;

SE estudasse seus próprios argumentos não me diria que o MEC disse que a faculdade lhe formaria advogado, pois afinal de contas ele fez faculdade de bacharelado, e apenas isso!!

SE tivesse argumento não diria que tem pena dos meus clientes (oi?? De novo esse tipo de argumento sem nexo?)

E por aí vai o tipo de ilógica do ser!

Mas a pergunta que sempre fiz aos meus alunos que reclamam do Exame: quando você prestou vestibular para cursar Direito sabia que teria 5 (cinco) anos de curso e depois, se quisesse ser advogado teria que prestar Exame da OAB?
- Ahh! Mas profes...
(nem espero a resposta e já interrompo!)
- sabia ou não sabia??
- Sabia! (cara de bravo, geralmente)
- Então lhe foi prestada a informação adequada e clara (trocadilho de advogado – art. 6º do Código de Defesa do Consumidor)


Ou seja, a pessoa perde tempo discutindo algo que sequer consegue embasamento lógico, partindo para algum tipo de agressão gratuita ao invés de sentar confortavelmente e estudar!

O Exame da OAB é necessário para garantir uma sociedade civil organizada, onde as pessoas tenham capacidade de discutir direitos e deveres perante o Estado, sendo representadas por alguém que tenha capacidade para tanto! Se todas as faculdades de Direito garantissem a base que o desocupado alega não teríamos um índice de reprovação tão alto...

Há exceções, claro que sim! Temos aqueles que sabem a matéria e por motivos geralmente  psicológicos não conseguem se sair bem na realização da prova, mas estes são a minoria e apesar de não serem advogados trabalham como Bacharel em Direito!

Ao invés de lutarem contra o Exame e ficarem enchendo a timeline alheia com bobagens, vai ler o código de processo civil vai...